Paralisia do sono: você conhece esse distúrbio?

paralisia do sono

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Você já vivenciou a experiência de acordar, mas não conseguir se mexer? Escutar os sons ao seu redor, sem ser capaz de realizar qualquer movimento mínimo, como erguer um dedo, falar ou até mesmo abrir os olhos? Essa descrição é o suficiente para assustar até quem nunca ouviu falar sobre esse distúrbio, mas você sabe o que é paralisia do sono?

Essa sensação extremamente angustiante e que pode originar alucinações, possui relatos ao redor do mundo e em diversas culturas, chegou a ser associada com um fenômeno sobrenatural (na região Sudeste do nosso país, a paralisia do sono parece ser uma das origens da lenda conhecida como Pisadeira).

Com todos os mistérios e crenças populares que rondam esse assunto, a paralisia do sono já foi bem explicada por diversos estudos. Saiba mais sobre esse distúrbio.

 

A paralisia do sono segundo quem experienciou

“Eu tive essa sensação pela primeira vez aos nove anos. […] Em meio ao sono, abri meus olhos e vi vários vultos vindo em minha direção. Eu tentava gritar, mas ninguém me ouvia. Eu tentava me mexer e não conseguia. Isso durou alguns minutos”.

Esse é o relato da fotógrafa Bianca Machado. A profissional conta que a partir da primeira experiência com a paralisia do sono, passou a viver diversos momentos em que teve o sono interrompido por essa sensação aterrorizante.

Diversas outras pessoas também possuem relatos similares. Em geral, o indivíduo está desperto, mas se encontra incapaz de realizar movimentos corporais voluntários, pois seus músculos não respondem aos estímulos enviados pelo cérebro – pode ser descrito como estar acordado mentalmente, mas seu corpo ainda estar adormecido.

Com o relato constante do aparecimento de vultos e criaturas assustadoras, feitos por diversas pessoas, a paralisia do sono ganhou a fama de possuir ligação com o mundo sobrenatural.

 

A paralisia do sono segundo especialistas

De acordo com o psiquiatra Alexandra Azevedo, membro do Programa de Transtornos do Sono do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), “a paralisia do sono causa a incapacidade de falar ou mover os membros, tronco e cabeça, mesmo com a sensação de consciência preservada sobre o que está acontecendo”.

Esse distúrbio pode durar de segundos a alguns minutos e acontece quando a pessoa desperta do estado mais profundo do sono, o REM.

A Academia Americana de Medicina do Sono afirma que existem estudos que apontam que entre 15% a 40% dos indivíduos de determinada população pode experienciar alguma situação de paralisia do sono durante sua vida. Os números variam conforme a população estudada em razão de fatores culturais e étnicos, segundo especialistas.

 

O que leva a paralisia do sono?

Diversos fatores podem fazer com que o indivíduo tenha paralisia do sono. Diversos especialistas afirmam se tratar de uma característica genética e estudos também apontam que a pessoa pode ser influenciada por situações como estresse constante, privação do sono, excesso de bebidas alcoólicas e utilização de medicação para induzir o sono, sem orientação médica.

Doenças psiquiátricas como depressão, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico também podem estar relacionadas com a paralisia do sono. Esse fenômeno também se apresenta comumente por indivíduos que possuem narcolepsia.

As alucinações não estão presentes em 100% dos casos de paralisia do sono, em certas ocasiões, o indivíduo apenas não consegue se mexer. Contudo, segundo estudos, 75% das ocorrências possuem visões que podem ser auditivas, táteis ou visuais.

 

Como tratar a paralisia do sono?

As causas da paralisia do sono estão extremamente ligadas aos tratamentos indicados.

Se o fator determinante for uma doença psiquiátrica, tratamentos psicológicos e com remédios podem auxiliar. É claro que com o devido acompanhamento médico.

Os especialistas também sugerem algumas medidas que devem ser implementadas na rotina. Entre elas estão: dormir ao menos sete horas por noite, manter uma rotina do horário de dormir e acordar, evitar cochilos, controlar a ingestão de cafeína e álcool e não utilizar medicamentos para induzir o sono sem orientação médica.

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