Você já deve estar até cansado de ler sobre como uma boa noite de sono é essencial para a qualidade de vida. Dormir bem é capaz de impactar positivamente fatores como o humor, a produtividade e ajudar a diminuir o risco do desenvolvimento de doenças, como hipertensão, obesidade e problemas cardiovasculares. Uma questão que geralmente não é lembrada, mas que também pode ser afetada pela rotina do sono é a vida sexual.
Você sabia disso? Continue lendo esse artigo para entender como dormir bem e a libido estão interligados.
O sono e a vida sexual
Quando o indivíduo dorme mal, o corpo precisa entrar em estado de “reserva de energia” e resolve priorizar as funções mais importantes, deixando o sexo em segundo plano. A produção do hormônio responsável pela estimulação do desejo sexual também é afetada nas noites em que se dorme pouco.
Uma boa noite de sono pode ser considerada o primeiro passo para melhorar a vida sexual, já que especialistas afirmam que a hipófise (órgão que controla as glândulas hormonais) recebe menos estímulo quando não se tem o descanso adequado. Dessa forma, a produção de testosterona, hormônio responsável por um papel importante na libido masculina e feminina, diminui. Paralelamente, hormônios relacionados a sentimentos negativos acabam sendo produzidos em maior quantidade, como o cortisol, que é conhecido popularmente como “hormônio do stress”.
“Quem sofre de distúrbios do sono, como apneia, ou dorme pouco apresenta baixa da libido e piora na qualidade das relações sexuais, porque há uma alteração negativa na liberação dos hormônios que comandam o desejo sexual, como a testosterona e o estrógeno”, afirma o neurologista, especialista em medicina do sono e professor adjunto de neurologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Fernando Morgadinho.
Outra questão interessante de ser apontada é que além das questões internas, é possível notar o que está acontecendo fisicamente, pois o corpo envia sinais bem fáceis de serem interpretados.
Mas como assim? Explicando melhor, a falta de sono consegue provocar uma diminuição na frequência cardíaca e na circulação, o que dificulta a atividade sexual: a vascularização sanguínea tem seu direcionamento apenas aos órgãos vitais como rins, cérebro e coração. O que significa que não “sobra” sangue para a ereção ou a lubrificação da mulher em um nível considerado necessário para uma boa relação.
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A libido e o sono
Ao mesmo tempo que o sono pode afetar o desejo sexual, o contrário também acontece.
Indivíduos com uma vida sexual ativa relatam enfrentar menos problemas para dormir. Isso ocorre, pois, após alcançar o orgasmo, nosso organismo libera hormônios como dopamina e oxitocina, que estão diretamente relacionadas ao bem-estar e o prazer e acabam proporcionando sensações capazes de estimular uma noite de sono de melhor qualidade.
E como tudo é um ciclo, quando se dorme melhor, a libido e a vida sexual também melhoram.